O
Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (18), proposta que
concede anistia a bombeiros e policiais militares de diversos estados por terem
participado de movimentos de reivindicação por melhores salários e condições de
trabalho. A matéria deve ser votada ainda pelo Senado.
O texto
aprovado é o substitutivo da Comissão de Segurança Pública e Combate
ao Crime Organizado para o Projeto de Lei 177/15, dos deputados Edmilson
Rodrigues (Psol-PA) e Cabo Daciolo (Psol-RJ).
![]() |
Imagem: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados |
Por meio
de duas emendas de Plenário, do deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), foi
incluído também o estado do Paraná e a extensão da anistia aos crimes
enquadrados segundo a Lei de Segurança Nacional (7.170/83).
A anistia
valerá para os crimes previstos no Código Penal Militar entre o período de 13
de janeiro de 2010, data de publicação de outra lei de anistia (12.191/10), e a
data de publicação da futura lei. Entretanto, crimes tipificados no Código Penal
não são anistiados.
O código
militar proíbe os integrantes das corporações de fazerem movimentos
reivindicatórios ou greve, assim como pune insubordinações.
A nova
anistia beneficia policiais que participaram de manifestações principalmente
nos dois últimos anos.
A
relatora do projeto ressaltou que o estado do Pará passou por um momento
delicado no ano passado, quando a assembleia aprovou reajuste de cerca de 100%
apenas para os oficiais, dando origem ao movimento dos policiais. “Vamos
corrigir uma injustiça que está sendo causada neste momento aos líderes do
movimento”, afirmou Simone Morgado.
Para o
relator pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, deputado
Alberto Fraga (DEM-DF), as penalidades são arbitrárias, provocando inclusive o
cumprimento de penas em outro estado. “Não importa se os policiais usam fardas,
eles têm de ser tratados como cidadãos de primeira categoria”, disse.
O relator
pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputado João Campos
(PSDB-GO), também apresentou parecer favorável ao projeto.
Para
Edmilson Rodrigues, a anistia é um primeiro passo para que se mude a legislação
e valorize os profissionais de segurança pública. “Muitos policiais moram na
periferia e não podem combater o crime organizado de onde moram porque sabem
que sua família correrá riscos”, afirmou, defendendo a construção de conjuntos
habitacionais específicos que lhes deem maior segurança.
PEC 300
Um dos
autores do PL 177, o deputado Cabo Daciolo chegou a ser preso em 2012, depois
de liderar movimento grevista no Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Ele
lembrou que a reivindicação, na época, era pela aprovação de proposta de emenda
à Constituição que estabelece o piso salarial da categoria, a chamada PEC 300,
que ainda não teve a análise concluída na Câmara.
Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli
Agência Câmara de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário