Acompanhando
os acontecimentos das últimas semanas, com milhares de pessoas nas ruas em
diversas cidades do país, podemos constatar que, ao contrário do que os
Gestores Públicos e os veículos de comunicação de massa propagam, a motivação para
tanta gente nas ruas, em tantas cidades, não é apenas o reajuste do valor das
passagens de ônibus, trem e metrô.
Muito
mais está em jogo. O aumento das passagens foi apenas o estopim para manifestar
o limite da paciência e da insatisfação com a maneira como o povo é
tratado/destratado no país.
Nós
operadores de segurança publica, policiais militares ou bombeiros militares
mais especificamente, ficamos no meio do fogo cruzado. Enquanto a população se
reúne para protestar, o Estado nos reúne para reprimir. A mídia tem colocado os
Policiais que vêm atuando na repressão aos excessos cometidos pela minoria dos
manifestantes como os algozes daquele movimento reivindicatório legítimo e
necessário.
Diversos
pseudoespecialistas em operações policiais vociferam argumentos sobre
proporcionalidade das ações de contenção e dispersão dos manifestantes,
acusando os operadores de segurança de arbitrários e violentos. O que não vemos
ser veiculado é que aqueles trabalhadores (policiais são antes de qualquer
coisa trabalhadores), estão cumprindo ordens.. Se o policial que é escalado
para coibir excessos, atira com balas de borracha contra manifestantes, ele
está cumprindo ordens. Se, avança sobre a turba (essa é a denominação adotada)
para dispersá-la, ele está cumprindo ordens. Se, usa spray de pimenta ou bombas
de efeito moral e gás lacrimogêneo, continua cumprindo ordens. Ordens
repassadas pelos superiores hierárquicos, responsáveis pela operação, mas com
certeza, emanadas pelo Estado. Pelo Governo.
Para
situar melhor o leitor desavisado, desconhecedor da realidade vivida dentro dos
Quartéis, afirmamos que não será surpresa se a Guarnição da PM que, juntamente
com os manifestantes, sentou em via publica, durante manifestação em São Paulo,
e foi aplaudida pelos presentes, seja disciplinarmente sancionada por ter
quebrado o decoro e o pundonor militar, enquanto que àqueles que deram tiros
com balas de borracha em altura acima da cintura saiam ilesos, sem qualquer
consequência.
O
Estado é o detentor do direito do “uso da força” para a garantia do
“cumprimento da lei”. O Operador de Segurança Publica é o instrumento do Estado
para a concretização de sua força. Quando esse instrumento estatal entra em
embate com o Estado, reivindicando direitos básicos, previstos aos cidadãos e
demais trabalhadores como definição de jornada de trabalho, remuneração digna,
capacitação profissional, equipamentos e estrutura para o bom desempenho de
suas atribuições, ele é reprimido administrativamente e, se for o caso, pelas
Forças Armadas, sem contar, muitas vezes com o apoio da população que está
acostumada a ser vitima destes atores sociais.
O
que queremos dizer com toda essa avaliação é tão somente que as Associações
Representativas de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar,
apoiam e acham justa toda forma de manifestação popular que se dê de forma
racional, pacífica e ordeira. Somos todos trabalhadores e POVO, que luta
diuturnamente, no nosso caso específico, pelo direito de lutar por direitos. E
entendemos, principalmente, que os episódios que vêm acontecendo excedem em
muito, a indignação pelo aumento das passagens.
Vamos
adiante, que a razão esteja ao nosso lado, e que o resultado desejado seja
alcançado.
ASSOCIAÇÕES
REPRESENTATIVAS DE POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS MILITARES DO RIO GRANDE DO
NORTE
ASSPMBM/RN – ACSPM/RN - APBMS – APRAM – ASSPRA
– ABM/RN
Só digo uma coisa, se os praças do bombeiro e da policia militar um dia acordassem e soubessem a força que tem a realidade seria outra, sem miséria, humilhação ou massacre !! Mas a coisa anda tão grave que o governo como sempre não percebe mas o estopim esta no fim !!
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