Instituído em 1954 por
Getúlio Vargas, o dia nacional do Bombeiro e a Semana Nacional de Prevenção
Contra Incêndio e Pânico tem o objetivo de homenagear os Bombeiros do país em
reconhecimento aos serviços prestados à sociedade e, de levar os conceitos de
prevenção e segurança contra incêndio e pânico ao conhecimento da população
respectivamente.
Obviamente que a programação
desenvolvida na primeira semana de Julho proporciona, pelo menos pontualmente,
uma maior visibilidade do Corpo de Bombeiros e a possibilidade de uma maior
interação deste órgão com a sociedade com a realização de eventos esportivos,
solenidades e palestras alusivas à data.
Enquanto Bombeiros, no
entanto, acreditamos que a atenção às práticas de prevenção e segurança e o
reconhecimento da importância do profissional Bombeiro deveria ser uma constante.
A Semana Nacional de Prevenção Contra Incêndio e Pânico poderia exceder os
limites das palestras e demonstrações e funcionar como um Fórum, aberto ao público,
onde se discutissem e elaborassem políticas públicas de segurança e prevenção de
incêndios, acidentes em meio líquido, efetivação das legislações que versam
sobre a normatização das instalações prediais, eventos, primeiros socorros,
etc.
Somos a classe de
trabalhadores que goza dos maiores índices de aprovação e aceitação da
população brasileira. Lamentavelmente, esse fenômeno se configura mais pela
natureza de nossa atividade e pela
desinformação da população, que pela eficiência e efetividade dos serviços
prestados à sociedade.
Bombeiros de todo o país
enfrentam basicamente as mesmas dificuldades. Insuficiência de efetivo, falta
de perspectiva de ascensão profissional para os Praças (os executores da
atividade fim), falta de investimentos públicos (no âmbito estadual) em
infra-estrutura, capacitação e formação de seu efetivo e, principalmente, a
subordinação aos regulamentos militares que, em nada contribuem para o
exercício de nossas atividades.
Apenas os Estados do Amapá,
Rio de Janeiro e o Distrito Federal tem o quantitativo de Bombeiros adequado às
recomendações da ONU (1 bombeiro para cada 1000 habitantes). O Rio Grande do
Norte é um dos estados com menor efetivo, muito distante dos 3200 sugeridos
pela Organização das Nações Unidas e dos 1065 previstos na Lei Complementar
230/2002 (emancipou o CBM da PM/RN e fixou o efetivo). Dos 167 municípios
apenas 4 contam com unidades do Corpo de Bombeiros. Na Capital do estado que
reúne mais de 1 milhão de habitantes em sua região metropolitana, são 4
unidades operacionais.
A manutenção da aceitação
popular ao Corpo de Bombeiros é, seguramente, resultado da dedicação e
seriedade com que seus profissionais atuam. Na adversidade, sem os equipamentos
ideais em número e qualidade, sem a motivação decorrente do ambiente de
trabalho e sem a consideração de alguns direitos elementares para qualquer
servidor publico (hora extra, carga horária definida, ascensão funcional...) o
Bombeiro atende da melhor maneira possível à população Potiguar.
Aproveitando a data, que
enaltece a atividade e chama a atenção para o CBM/RN, queremos PARABENIZAR
todos os que fazem o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte,
especialmente os Praças, que enfrentam cotidianamente as adversidades impostas
por um sistema milenar e equivocado, e mesmo assim mantém o CBM/RN funcionando
e atendendo a sociedade.
Salvar!
Rodrigo
Maribondo do Nascimento
Sd
BM 02.020
Presidente
ABM-RN
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