sexta-feira, 16 de março de 2018

"A quem serve colocar oprimidos contra oprimidos?", questiona presidente da Associação dos Bombeiros Militares do RN

A morte da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, levantou o debate sobre a defesa dos ideais que ela defendia em face da legitimidade da atuação dos policiais. Para muitos, haveria uma contradição em se emparelhar à defesa de minorias e, ao mesmo tempo, somar esforços para melhorar a Segurança Pública.

Contudo, para o presidente da Associação dos Bombeiros do Rio Grande do Norte (ABMRN), Dalchem Viana, inexiste esse tipo de divergência. 

“Acredito ser um grande contrassenso a aversão à humanização, quando a maior parte da violência institucional contra nós vem justamente de negar nossa identidade trabalhadora e humana. A quem serve essa guerra midiática que coloca oprimidos contra oprimidos?”, questionou o presidente.

Segundo Dalchem, não se pode mais calar diante do atual cenário. “E quando formos nós MILITANDO por direitos? Estamos do mesmo lado do tabuleiro, mesmo que no primeiro momento não consigamos enxergar isso”.

Por isso, é preciso superar a ideia de que existe qualquer contradição em ser policial e lutar pela defesa dos direitos humanos. “Pelo contrário, há uma convergência total, uma reafirmação, uma ratificação do que as associações fazem, do que elas acreditam por uma segurança melhor, por quem quer apoio social, por quem quer uma sociedade mais justa, mais igual, então não há contradição nenhuma. É preciso acabar com esse estereótipo”, reforçou o presidente.

Toda a atuação, toda a luta e todo o esforço das categorias militares por mais dignidade e por mais condições de trabalho convergem com a luta pelo direito das minorias, tendo em vista que são esses agentes da Segurança Pública também um grupo oprimido, abandonado pelo Estado. Nesse sentido, não há lógica em pôr esse grupo contra justamente defende bandeiras semelhantes. 

“As pessoas não precisam também crucificar e generalizar como se os policiais fossem assim, porque justamente isso que alguns querem: generalizar, para segregar e dividir. Há um grande seguimento nas policiais que é totalmente favorável à legalidade, a maioridade trabalha dentro da legalidade”, concluiu o presidente da ABMRN.

Assessoria de Comunicação da ABMRN


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