O estudo que relaciona a elevação da temperatura ao aumento dos
casos de dengue no Rio de Janeiro teve grande repercussão na imprensa
brasileira. Desenvolvido pela pesquisadora do setor de Epidemiologia da UFRJ,
Adriana Fagundes Gomes, e tema de sua dissertação de mestrado em Epidemiologia
em Saúde Pública na ENSP, o trabalho foi divulgado em diversos meios de
comunicação, sendo pauta dos principais jornais das emissoras de TV, rádio e internet
do país. No estudo, Adriana aponta que o aumento de um grau na temperatura
mínima em um mês ocasiona elevação de 45% no número de casos de dengue no mês
seguinte, enquanto o aumento da precipitação em 10 milímetros resulta na
elevação de 6% no número de casos da doença no mesmo período.
O conhecimento do comportamento
atual e futuro da atmosfera tornou-se, nos últimos anos, objeto de estudo de
grande relevância, visto que estão intrinsecamente ligadas a qualidade de vida
da população, a economia, do planejamento, e até mesmo das questões
relacionadas a saúde pública. Considerando que a cidade de Natal/RN localiza-se
em uma região de influência climática, caracterizada principalmente pela sua
variabilidade de certas variáveis meteorológicas, a exemplo o campo da
precipitação, temperatura, umidade, vento e radiação solar no canal
ultra-violeta. O monitoramento dessas variáveis e suas consequências, bem como
o seu prognóstico, é de vital importância. Nesse sentido, a pesquisa objetiva
analisar as probabilidades mensais das variáveis meteorológicas: precipitação,
temperatura do ar e umidade relativa e, como consequência, a erosividade e
condições de conforto térmico e proliferação do mosquito aedes- aegypti
na cidade do Natal-RN, com base nas informações coletadas no período de 1984 a
2012. Como metodologia utiliza-se a análise de precipitação, umidade e
temperatura do ar a partir da distribuição de Gama, e da distribuição
Gaussiana, enquanto que na avaliação da erosividade o método utilizado será o
de Bertoni e Lombardi Neto. No diagnóstico e prognóstico da proliferação do aedes
aegypti fazemos uso da proposta de Silva e Silva (2005). Quanto à questão
relacionada ao conforto ambiental, vamos fazer uso de índices de stress térmico
(STEADMAN). Os resultados anteriores mostraram que é necessário a aplicação em
novas problemáticas ambientais, a exemplo da questão da saúde, notadamente o
círculo de reprodução e vivência do aedes aegypti na cidade de Natal/RN.
O grupo de pesquisa estudos
geoambientais do departamento de geografia da UFRN publica mensalmente o
boletim bioclimático com o diagnóstico das condições das
condições climáticas no município de Natal para o mês anterior e a probabilidade de eventos climáticos e conforto
térmico para o mês subsequente, com o intuito de entender como correlacionam as
variáveis climatológicas com a saúde da população da região metropolitana de
Natal.
Fonte: Adalfran
Herbert de Melo Silveira - Bolsista
IC
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