A Câmara criou uma comissão
externa para acompanhar as investigações sobre as causas do incêndio em uma
casa noturna em Santa Maria.
A boate destruída pelo
incêndio que matou 238 pessoas.
No primeiro dia desta sessão
legislativa (4), quatro deputados apresentaram projetos de lei (PL) para tentar
evitar a repetição de tragédias como o incêndio ocorrido na boate Kiss, em
Santa Maria (RS), no último dia 27. A intenção dessas propostas e de outras
duas que já tramitavam na Câmara sobre o tema (PL 2020/07 e 3507/12) é tornar
mais rigorosas as regras para o funcionamento de boates, casas de show e outros
estabelecimentos fechados que recebem grande público.
O deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO) apresentou o PL 4927/13 para alterar o decreto (Decreto-Lei 4.238/42) que regulamenta a fabricação, o comércio e o uso de artigos pirotécnicos para proibir, em ambientes fechados, a queima de sinalizadores, conhecidos como fogos classe B. O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) – um dos integrantes da comissão externa que acompanha as investigações no RS - concorda com a restrição ao uso dos fogos, mas sua proposta (PL 4924/13) também quer proibir a utilização de revestimentos inflamáveis que produzam gases tóxicos em lugares fechados usados para a aglomeração de pessoas.
O incêndio em Santa Maria
foi causado por artigos pirotécnicos que atingiram a espuma que revestia o
teto.
"A essência é
proibirmos o uso de materiais inflamáveis, que foi a principal causa do
acidente, e incentivarmos a demonstração dos locais de saída de emergência. [No
projeto] Também proibimos apresentações pirotécnicas, tiramos a condição de
continuar na atividade aqueles em que tenha comprovada existência de público
excedente e proibimos a abertura de uma casa noturna sem antes ter sido
aprovado o plano contra incêndio", explica Goergen.
A proposta do parlamentar
gaúcho também obriga as casas noturnas a instalarem um sistema informatizado de
controle de entrada de clientes, a fim de deixar claro o momento em que a capacidade
máxima for atingida.
Mais rigor
A deputada Nilda Gondim
(PMDB-PB) apresentou outro projeto (PL 4923/13) ainda mais abrangente, prevendo
maior rigor na concessão dos alvarás de funcionamento das casas de show, com
plena obediência às regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas e
supervisão dos bombeiros e do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura,
sobretudo nas obras de reforma. "Muitas vezes esses alvarás são expedidos
sem as devidas exigências ou consegue-se alterar a estrutura da boate sem
nenhum acompanhamento próprio de engenheiros."
O deputado Takayama (PSC-PR)
também propõe regras mais rígidas de segurança contra incêndio em recintos
fechados com aglomeração de pessoas (PL 4925/13) e prevê multas pesadas para
quem desrespeitá-las: os valores variam de R$ 50 mil a R$ 5 milhões, de acordo
com o tamanho do estabelecimento, além da suspensão do funcionamento até a
plena regularização.
Reportagem - José Carlos
Oliveira / Rádio Câmara
Edição – Natalia Doederlein 05/02/2013 - 13h06
Edição – Natalia Doederlein 05/02/2013 - 13h06
Fonte: Agência Câmara de
Notícias
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